sexta-feira, 29 de junho de 2007

Prémios!

Hoje tive uma surpresa. Quando cá cheguei, tinha um miminho da querida Greentea: uma nomeação para a votação das 7 Maravilhas da Blogoesfera! Maravilhoso mesmo é encontar companheiros de escrita assim!
Não vou poder participar na votação oficial, uma vez que esta telinha ainda não fez um mês de vida, mas não pensem que me coíbo. Não, não! As votações verdadeiras vêem do coração e, eu tenho galhardetes para distribuir!
Ora aqui vão as minhas 7 Maravilhas (todas empatadas em 1º lugar!):

- Azulinha – Por ser uma arara muito desalinhada e com um coração do tamanho do mundo.
- Baguinhos de Arroz – Por ser uma mulher à altura dos desafios!
- Caracolinha - Por estar sempre pronta a arrastar a sua casquinha para levar o melhor de si aos 4 cantos da blogoesfera.
- C_mim – Pelo exemplo de coragem e força de vontade para pegar nos seus sonhos e transformá-los em realidade.
- Greentea – Por ter a sensibilidade e capacidade de arregaçar as mangas pela protecção dos nossos companheiros de planeta!
- Melga Meiguinha – Pela sua doçura. (e, não estará na altura de nos agraciar com mais um postzinho no seu cantinho?)
- Vida de Casado – Por nos dar a conhecer o lado mais tenebroso (e sobretudo tortuoso) da mente masculina

Maravilhas à parte, tenho de vos falar de assuntos mais sérios… Houve, há uns tempos, um prémio que me deixou de cabelos em pé: a votação do maior português. Sendo nós um país de modas, agora deu-nos para votar. Até aí tudo bem, temos muitos talentos para homenagear e, nem sempre o verdadeiro valor é reconhecido. O que me fez cair o queixo aos pés foi a escolha do vencedor… Ora, como é possível? pensei eu, será a memória assim tão curta, ou foi levada a cabo uma campanha de lobotomias em massa, em homenagem ao grande português Egas Moniz? Não sabia eu, como era curta a memória dos portugueses...
Trinta anitos passados e, caminhamos a passos largos para nos enfiar na mesma situação em que estávamos, sob a alçada do maior português de todos! Então não é que, para além de termos de suportar a ausência de perspectivas a nível laboral, o aumento impossível dos impostos, a destruição do nosso agonizante sistema de saúde e outros mimos afins, agora também não podemos fazer a única coisa que nos resta: ridicularizar o assunto! Ora vejam esta: primeiro foi a história do professor que foi suspenso por ter feito uma piada sobre a (ausência de) licenciatura do nosso 1º; agora vem a público a história da directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho que foi exonerada por se ter recusado a retirar um cartaz com uma frase supostamente jocosa acerca do Ministro da Saúde. Segundo o despacho, a referida senhora “não reúne as condições necessárias para garantir a observação das orientações superiormente fixadas para a prossecução e implementação das políticas desenvolvidas pelo Ministério da Saúde".

A única coisa que ainda nos restava era a liberdade de expressão, mas parece que também essa caminha para os tempos do Maior Português… e pergunto eu: o que aconteceu ao 1º por ter forjado o diploma? – Nada! – O que aconteceu ao Correia de Campos por ter tido a triste ideia de dizer que nunca tinha ido a um SAP? – Nada! – É o (des)Governo que temos!
Atenção: se eu não voltar na segunda é porque deixei de “reunir as condições necessárias para a livre utilização da Internet.”
Bjocas e bom fim-de-semana!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

O Pónei

Uma vez dois irmãos foram convidados pelo tio, para passar o fim-de-semana na sua quinta, onde poderiam andar de pónei. Como crianças que eram, passaram a semana toda a sonhar com os passeios e a contar os dias que faltavam para a visita.

Ora chegados à quinta, o tio chamou os meninos e levou-os ao estábulo. Os coraçõezinhos pequeninos, a bater muito forte de entusiasmo! Eis quando senão, a porta se abre e surge diante dos seus olhos um fenomenal monte de estrume!
Os meninos olharam um para o outro, de bocas escancaradas, sem saber o que pensar mas, já o tio lhes entregava duas pás e a mensagem: “Se querem um dia vir a ser homens, têm de começar a trabalhar! Toca a limpar o estábulo!”.

Os meninos pegaram nas pás e deitaram mãos ao trabalho. O João, o mais velho, bufava e arfava, “Não é justo”, dizia, “O raio do velho enganou-nos e agora vamos passar o fim-de-semana aqui fechados, a trabalhar que nem escravos, com este cheiro horrível! Quando chegar a casa vou fazer queixa ao pai! Ahh, ele vai ver! A mim já não me volta a ver os dentes!”.
De repente, o João apercebe-se do som de um cantarolar baixinho, mesmo ao seu lado, vira-se e descobre o seu irmão Tiago, alegremente cantando e atirando grandes pás de estrume para os baldes. João, indignado, grita-lhe: "e tu, anormal. ´Tás tão contente porquê?”. O Tiago, pára, olha para o monte com mil estrelinhas nos olhos e responde: “Com toda esta bosta, tem de haver pónei por perto!”

P.S.- Li este conto há uns tempos e acho fantástico! Não se esqueçam: quanto maior for o monte, mais perto tem de estar o pónei!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Para a minha amiga...

Tenho uma amiga que está triste. Parece que a vida resolveu saber até onde conseguia puxar por ela.
Mas esta minha amiga não é uma pessoa qualquer, não senhora! Esta minha amiga, tão arranjadinha que deixaria envergonhadas as Bree Van de Kamps deste mundo, é uma mulher de fibra, capaz de correr cemitério fora atrás de uma solha para assar para o jantar!

É também uma amiga das grandes. Das que ficam connosco, mesmo quando estão muito, muito longe, que choram com os nossos posts e riem com os nossos disparates.
É das que trabalham a dobrar, sabendo à partida que, se um terço for recompensado, já temos de nos sentir agradecidas. Das que não baixam os braços, por muito difícil que a tarefa se afigure.

Para a minha amiga, fica aqui a lembrança de que milho para virar pipoca douradinha tem de passar pelo fogo.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Blogs com Ovários!

Ontem esta telinha foi agraciada com o título de "Blog com Ovários", na categoria "Sempre em frente que atrás vem gente", pela minha muito querida amiga Azulinha (parece que fiquei a dever uma a sua eminência…).

Responsabilidade tremenda ser incluída na mesma categoria de grandes bloguistas com ovários como a azulinha, c_mim, melgameiguinha, Greentea, Caracolinha, Marta, Anamoris, Blue Shell, kalinka, Cristina e Calamity Jane,

Com o título vem também a missão de nomear mais cinco blogs “com ovários”. Uma vez que estive mais de um ano afastada deste mundo e não posso repetir as nomeações, tenho apenas uma indicação. O meu voto vai para os Baguinhos de Arroz, no qual tropecei um destes dias e que conquistou o meu coração pela ternura e pelas descrições hilariantes das desventuras do dia-a-dia, numa família com 3 bebés e outro quase, quase a nascer.

E continuando em onda de desafios… Inspirada pela azulinha, desafio as minhas companheiras de categoria a postar a frase que gostariam de deixar para a posteridade. Aqui fica a minha:
“Se vires uma luz ao fundo do túnel, corre porque vem lá comboio!”

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Esperança!?

A CPCJ, que é uma instituição conhecida por sofrer de cataratas, surdez e profunda atrofia muscular, vem a público declarar um aumento dos casos (denunciados) de negligência nos cuidados de crianças provenientes de famílias com nível socio-económico elevado.

Será que nos estamos finalmente a aperceber que os “feios, porcos e maus” não vivem só na miséria, como no filme, e que a protecção de menores, para ser digna desse nome, tem de chegar a todos os locais onde a sua intervenção é necessária, sem olhar a credos nem contas bancárias?


Hoje o meu sorriso vai para a CPCJ por ter posto os óculos, mesmo que só por um minuto.

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Á beira do Fim de Semana...

Já sinto o formigueiro… ele vem aí! Com promessas de máquinas de lavar loiça novas, uma visitinha ao Shrek e, quem sabe, a abertura da época balnear, juntando-nos à típica família portuguesa, carregada de geleira, chapéu de sol, banquinho de pano, a caras para ela, a Bola para ele e dois ou três miúdos à tiracolo.

Não tenho tido muita sorte com a praia. Nos últimos dois anos, devo lá ter passado 3 ou 4 manhãs... E eu que gosto tanto de estar deitadinha ao sol, de olho fechado, a ouvir as discussões e disparates que ecoam dos chapéus do lado. Só me mexo mesmo para ver quem é a "Lambisgóia cheia de celulite" para a qual a vizinha do chapéu vermelho chama a atenção do marido, ou para um rápido “não, obrigada” às girafas de madeira, óculos de sol e tatuagens que me surgem à frente do nariz, vindas sabe-se lá de onde.

Acho tão engraçado a forma como as pessoas, quando estão na praia, comentam em alto e bom som o aspecto dos restantes veraneantes, convencidos que os seus fatinhos de banho da LaRedoute são equivalentes perfeitos do fato do SuperHomem e que ninguém, jamais descobrirá a sua identidade secreta.

Outro fenómeno interessante ocorre durante as férias. A família típica, dando graças pelo facto de “aqui ninguém nos conhecer“ dá largas aos seus instintos assassinos do sentido estético e toca a enfiar uma mistela de roupa de ir às lágrimas. De seguida, ocupam o dias a tirar fotografias junto aos monumentos, que terminam dentro de molduras no local de destaque da sala lá de casa, ou a filmarem as suas aventuras para depois mostrarem aos restantes familiares lá mais para o Natal, fazendo gala do seu desfile da piroseira.

Acho que estou a ficar rabugenta por não ter férias há mais de 5 anos… Já sinto saudades de estar à beira-mar tão linda e confortável como se tivesse sido atacada pelo guarda-vestidos assassino, a tirar fotos para mais tarde recordar. Mas tenho o fim-de-semana à porta e, com promessas de máquinas de lavar loiça novas e uma visitinha ao Shrek, que parece que já foi papá.

quarta-feira, 20 de junho de 2007

Código da Estrada,segundo Ratzinger

Após instruir “aqueles que se identificam com os princípios católicos” a retirar o apoio à Amnistia Internacional, uma vez que esta instituição defende a prática do aborto em casos de violação ou risco de vida para a mulher, Ratzinger soma e segue, publicando (em parceria com as edições Catatau?) o seu Código da Estrada, “Orientações para a Pastoral da Estrada”, um conjunto de 10 mandamentos para o condutor católico.

Ao longo do documento, sua eminência, alerta para o facto das viaturas poderem ser ocasião de pecado, quando utilizadas para ultrapassagens perigosas ou prostituição (…). Mas, a minha parte preferida é a referência ao “comportamento primitivo” que emerge durante a condução e que, segundo o documento, se caracteriza por gestos obscenos, blasfémias e perda do sentido de responsabilidade… Ah, como eu gostava de encontrar sua eminência a subir a Calçada de Carriche às 9 da manhã e gesticular-lhe obscenamente, não por tentar meter o papamobil à má fila, mas por tentar atirar-nos areia para os olhos tão descaradamente!

Talvez, os efeitos do encontro com o Averell Dalton ainda se estejam a fazer sentir e, sua eminência esteja convencida que o Q.I. do resto da humanidade está ao nível da Casa Branca.

Cada vez simpatizo mais com Deus, tem mesmo de ser um individuo muito paciente…

terça-feira, 19 de junho de 2007

State of the Art da Psicologia

Visitar o fórum de psicologia deprime-me. Não pelo conteúdo em si, mas pelo estado a que as coisas chegaram. Somos tantos e tantas na mesma situação e por mais que nos unamos, não se avista qualquer tipo de solução.

Somos milhares de técnicos sem emprego. Milhares de pessoas que investiram anos numa profissão e que não encontram saída. Sabem quantos cv´s de psicólogos estão colocados no site do IEFP? 1749. Imaginam quantas mais pessoas haverá por aí em situação semelhante sem estarem inscritas no centro de emprego?

Fico com náuseas ao ler os testemunhos e rever-me em cada um deles, com mais ou menos experiência, mas com o mesmo fado.
Por outro lado, acho hilariantes os comentários que surgem, por vezes, do género “mas vocês, psicólogos não querem fazer mais nada!” – fazemos, respondo eu, fazemos: secretariamos, vendemos malas ou sapatos em centros comerciais, atendemos em caixas de supermercado, fazemos colares, bonequinhos em biscuit e quadrinhos com técnica do guardanapo para vender nas feiras… E fazemos “caridadezinha” em regime voluntário, na esperança que um dia alguém nos pague para fazermos aquilo para o qual nos formámos.
Aquelas (e aqueles) que têm a coragem (ou a ingenuidade) de abrir aquilo a que um professor meu um dia chamou “chafarica”, têm ainda o privilégio de poder pagar (e bem) para poder exercer a sua profissão durante uma ou duas horinhas por semana…

Os meses transformam-se em anos, o desespero aumenta e começa a corrida à formação pós-graduada: coleccionamos pós-graduações, workshops, mestrados, doutoramentos e, mesmo quando não nos vendem gato por lebre, a situação laboral mantém-se (salvo seja, passa a ser algo do género: “Sra. Doutora, não terá estes castanhos em 37?”). Quem ganha são as faculdades e os institutos e empresas de formação criadas por outros psicólogos que tiveram de inventar uma solução para a sua própria falta de empregabilidade.

A saída mais airosa para este impasse será, talvez, baixar os braços e adoptar a atitude do (como já ouvi por aí) “eu tirei o curso para desenvolvimento pessoal” e, aceitar uma outra qualquer profissão que surja. No entanto, e talvez para meu desgosto, não sou capaz de aceitar esta possibilidade. Eu sou Psicóloga Clínica e nunca deixarei de o ser, por muitos anos de papeis que arquive, por muitos anos de telefonemas que atenda, desta guerra eu não desisto, porque se me foi permitido formar-me, se me foi permitido trabalhar e, sobretudo se eu pude, através do meu trabalho, melhorar a vida das pessoas com as quais tive contacto, então a luta está para durar!
O preço a pagar é alto: a maternidade fica adiada indefinidamente e o relógio biológico vai pressionando, e os anos vão passando… como diz o ditado: não se pode ter tudo, mas neste caso, estamos completamente em stand by!

Lindo dia de Verão...

Parece que o clima resolveu empatizar com o estado da nossa vidinha... Para além do pingo a cair do céu, à semelhança do que cai do meu nariz, esta recusa em deixar o sol brilhar faz-me lembrar as desventuras que têm teimado em acontecer para impedir que possamos progredir...


Pergunto-me se o clima terá chakras para se desalinharem...sim, porque no nosso caso, o bode expiatório estará alojado algures entre o quarto e o quinto chakra, mas e no caso do clima?...


De qualquer forma, ensopada que nem uma esponja de banho no activo, virulenta e ranhosa, vos escrevo o primeiro post deste blog, neste lindo dia de (quase) Verão!

Bjnhos contagiosos!